Suas emoções estão em jogo
O termo psicossomático foi usado pela primeira vez por Heinroth em 1818. Esta implica em atender sempre, qualquer paciente sob o olhar bio-psico-histórico-social. Preocupa-se com a integração, partindo-se do princípio que o ser humano constitui-se numa unidade composta, indissociavelmente, por um corpo físico, uma subjetividade social e singular e um contexto histórico e sócio onde vive inserido. Todo ser humano é único, individual, mas vivem e convivem em interação uns com os outros e com o ambiente que os circunda.
Desde o inicio da civilização, o homem vem buscando meios para enfrentar e vencer a doença, pois ele, nunca se conformou com esta. Claude Bernard (1813-1878) um grande médico e fundador da medicina experimental sustentava que a doença continuamente nos ameaça, mas não toma raízes se o corpo não for receptivo a ela.
É comum as pessoas relatarem: “os médicos disseram que eu não tenho nada, que o meu problema é emocional”. O quadro que estas pessoas relatam podem ser dores no corpo, falta de concentração, enxaqueca, angústia, ansiedades, fadiga excessiva, depressão, etc. Do ponto de vista Junguiano, de totalidade, toda a doença é psicossomática, pois ocorre num indivíduo que tem o soma (corpo) interagindo com uma parte psíquica/social/espiritual. Portanto, na visão psicossomática, toda e qualquer doença tem expressão no corpo e na psique simultaneamente. A cura de qualquer “doença” está na volta ao equilíbrio natural. Existe em todos nós um mecanismo perfeito que automaticamente busca este equilíbrio.
Mas o que leva o nosso organismo a ficar vulnerável? Isto é o que deve ser buscado e compreendido. O autoconhecimento, o reencontro consigo mesmo, podem valer mais que a tecnologia e a racionalidade. As doenças são sinalizações para uma necessária mudança que já estamos pronto a fazer. Se resistirmos, elas se manifestam.
Pode-se compreender a doença como a forma de comunicação que a pessoa utiliza para expressar seu desequilíbrio interno, sendo este desencadeado por múltiplas causas, tais como fatores biofísico-químicos (dietas, clima, bactérias), fatores de ordem psíquica (ressentimento, hipersensibilidade, minus valia, abandono, medo) e a fatores sociais (separação dentro da família, estresse no trabalho, perda financeira). Este desequilíbrio pode-se expressar simultaneamente nos níveis somático, mental e social, com predominância de um dos três níveis, mas nunca com expressão em somente um nível.
O somático pode se comportar como psíquico e vice-versa sem que haja qualquer relação de causa e efeito entre ambos. Assim, aquilo que a nível psíquico, é dor, ódio, depressão, raiva, medo, ressentimento, pode manifestar-se no nível físico como náusea, diarréia, vômito, alteração da pressão arterial, etc.
Vale lembrar que existe dentro de nós, o pressentimento de um processo de desenvolvimento que nos norteia e que nos mantêm saudáveis, na medida em que nos direciona para a busca de nossa própria harmonia e totalidade.
