A Terapia Transpessoal combina a abordagem da psicologia transpessoal com a visão sistêmica, que vê o indivíduo como parte de um todo maior (família, sociedade, universo). Essa técnica integra práticas espirituais e terapias familiares, como as constelações sistêmicas, buscando a cura e o equilíbrio ao trabalhar não só o indivíduo, mas também os relacionamentos e conexões.

É possível definir a Psicologia Transpessoal como o campo de estudos da “pessoa como um todo, inserida num mundo diverso, interconectado e em evolução que presta especial atenção aos estados de consciência e aos modelos de desenvolvimento que refletem a expansão além das noções convencionais do self”, incluindo-se, nos seus objetos de estudo, a espiritualidade e os estados alterados de consciência.
Ainda que se possa considerar a espiritualidade como uma dimensão da natureza humana, o conceito de espiritualidade é complexo e plural, variando entre crenças e tradições religiosas ou culturais, não existindo uma definição consensual no campo científico da Saúde.
Por sua vez, os estados alterados de consciência podem ser definidos como uma alteração do sentido de si e da forma como a pessoa vivencia e interpreta o mundo, diferindo qualitativamente do estado normativo de vigília, tal como acontece em sonhos, estados confusionais, estados psicóticos de alucinações e/ou delírios ou, por exemplo, através do consumo de substâncias psicodélicas.
A Psicologia Transpessoal parece derivar, histórica e conceitualmente, da Psicologia Humanista e Existencial, acrescentando conceitos de tradições religiosas e místicas, numa premissa de que, subjacente ao desenvolvimento humano, encontra-se uma necessidade de transcendência (i.e., de conexão com algo divino, além da própria individualidade), a qual se associa ao altruísmo, à criatividade e, de modo geral, à Saúde Psicológica.
A terapia transpessoal trabalha no nível pessoal-relacional de integração e maturação do ego, e no nível transpessoal-espiritual para ampliar a consciência existencial do ser essencial para superar á ilusão de separatividade que causa sofrimento.
Baseando-se nos contributos de Carl Jung sobre o inconsciente colectivo, de Maslow sobre a auto-transcendência e, entre outros/as autores/as, de Stanislav Grof sobre estados alterados de consciência e trauma perinatal, a Terapia Transpessoal conceptualiza as dificuldades emocionais e a psicopatologia como associadas à insatisfação da necessidade de transcendência e como consequência de experiências traumáticas infantis ou transgeracionais – estas últimas podem, inclusivamente, anteceder o nascimento ou encontrar-se enraizados no inconsciente coletivo. No entanto, sublinhamos, não existem evidências sistematizadas que corroborem estes modelos explicativos da psicopatologia.
O terapeuta transpessoal é um companheiro da alma no caminho do crescimento, transformação e expansão da consciência que seu cliente está transitando e para acompanhá-lo para encontrar as respostas e desenvolvimento que ele buscava. O terapeuta dispõe de ferramentas específicas de terapia e coaching para a abordagem de crises e fontes vitais de dor, trabalho em conflitos de relacionamentos, experiências traumáticas, duelos e perdas, autoestima e acompanhamento nos diversos ciclos de vida.
A abordagem terapêutica transpessoal é sistémica, holística e integrativa e foca no equilíbrio dos aspectos físicos, emocionais, mentais e espirituais do bem-estar, compreensão do indivíduo imerso em diversos sistemas e trabalhando com o corpo, emoções, crenças e consciência.
Os terapeutas transpessoais, como companheiros e gestores desse salto evolutivo na consciência humana, têm o trabalho privilegiado de facilitar a enorme mudança de consciência que a humanidade está experimentando.