
Nome científico: Arnica montana L.
Sinonímia científica: N/A.
Nome popular:
Arnica, Arnica das Montanhas, Tabaco das Montanhas, Quina dos Pobres, Tabaco-dos-saboianos, Dórico-da-Alemanha, Tabaco-dos-vosgos, Tanchagem-dos-alpes, Cravo-dos-alpes e Panacéia-das-quedas, no Brasil; Árnica e Tabaco de la Montaña, em língua espanhola; Arnica, na Itália; Arnique des Montagnes, Herbe aux Chutes e Quinquina dês Pauvres, na França; Arnika e Bergwohlverleihl, na Alemanha; Arnica, Mountain Tobacco, Leopard’s Bane, Wolfsbane, Arnica Flowers e Montain Arnica, em inglês.
Família: Asteraceae (Compositae).
Parte Utilizada: Flor.
Composição Química:
Óleo Essencial: rico em terpenos, timol, ésteres de timol, florol, pentainomonoeno e compostos poliacetilênicos; Álcoois Terpênicos: helenalina, dihidrohelenalina e derivados (lactonas sesquiterpênicas), arnidiol e faradiol (triterpenos pentacíclicos); Ácidos Fenólicos: ácido cafêico, ácido clorogênico e seus ésteres (cinarina); Carotenóides: a e b- carotenos, zeaxantinas e derivados epóxidos; Flavonóides: heterosídeos da hispidulina, pauletina, kempferol, quercetina, astragalina, isoquercitrina, quercetol-3-glicogalactouronídeo, jaseocidina e espinacetina; Taninos; Arnicina; Cumarinas: umbeliferona e escopoletina; Fitosterina (arnisterina); Colina; Sais de Manganês; Polissacarídeos de Alto Peso Molecular.
Formula molecular: N/A
CAS: N/A
DCB: N/A
DCI: N/A
Peso molecular: N/A
A Arnica é oriunda das regiões montanhosas da Europa, encontrada até 2000 metros acima do nível do mar, onde é muito difícil a sua cultura. De porte herbáceo, medindo de 50 a 70 centímetros de altura, a Arnica é uma planta vivaz, de folhas basilares reunidas em roseta à superfície do solo, ligeiramente consistentes, ovais e verdeclaras na página inferior; o fruto é um aquênio subcilíndrico, quase preto, pubescente e com papilho branco; o rizoma é oblíquo e castanho. O capítulo floral constitui a droga vegetal. As flores tubuladas são mais numerosas, hermafroditas, e se dispõem na parte central do receptáculo; o ovário, o papo e o estilete são semelhantes aos das flores liguladas. A corola, de mais ou menos 0,5 cm de comprimento, é tubular, alargada na parte superior, de cor amarelo-alaranjada, com cinco lóbulos recurvados para fora e apresentam externamente na base, pêlos brancos. A arnica apresenta odor fraco, aromático, agradável, e sabor acre e amargo.
Indicações e Ação Farmacológica
São atribuídas as propriedades anti-inflamatória, analgésica, cicatrizante, antisséptica, antimicrobiana, fungicida, anti-histamínica, cardiotônica e colagoga. Em Homeopatia é o grande remédio do traumatismo, um grande tônico muscular, dentre outras aplicações. A Arnica é muito empregada localmente como um anti-inflamatório bastante eficaz, sendo atribuída sua atividade farmacológica principalmente pela ação de seu óleo essencial. Com relação a helenina e a dihidrohelenamina têm demonstrado em animais de laboratório, propriedades anti-inflamatórias através da inibição da síntese de prostaglandinas pelo bloqueio da enzima prostaglandinsintetase. Esta propriedade anti-inflamatória estaria reforçada pela presença de carotenóides, flavonóides e sais de manganês. Por outro lado, sua emarginação e ao mesmo tempo impedem a ruptura das membranas lisossomais. A presença de polissacarídeos heterogllicanos de alto peso molecular, que contêm ácidos urônicos, conferem propriedades imunoestimulantes de acordo com experiências realizadas com animais in vivo e in vitro. O conjunto de flavonóides e álcoois sesquiterpênicos provoca um efeito hipotensor inicial para logo transformar-se em hipertensor. Os flavonônicos astragalosídeo, isoquercitrosídeo e quercetol-3-licogalactourônico evidenciaram, em modelos animais, efeitos cardiotônicos. Os ácidos cafêico e clorogênico têm demonstrado em diferentes ensaios ação antibacterianas e antimicótica (refrorçada pelas lactonas sesquiterpênicas e o pentainomonoeno) e efeito colerético (reforçado pelo óleo essencial e pelos flavonóides). Os taninos proporcionam a já conhecida ação adstringente, aumentando desta forma a resistência das mucosas.
Toxicidade/Contraindicações
A arnica não deve ser utilizada internamente, exceto em adequadas diluições homeopáticas. Quando utilizada internamente pode produzir alterações nervosas como alucinações e vertigens; problemas digestivos (irritação sobre as mucosas) e complicações cardíacas. O uso tópico prolongado pode produzir reações alérgicas cutâneas sob a forma de edemas e dermatite vesicular. Em caso do aparecimento de dermatites, suspender o tratamento. O uso é contraindicado na gravidez e lactação.
Dosagem e Modo de Usar
Uso externo:
Infusão: 3g em 150 ml de água, aplicar na forma de compressa até três vezes ao dia;
Tintura: Diluir em 4 partes de água, aplicar na pele massageando de forma suave até três vezes ao dia;
TM: 10 % em cremes, pomadas ou géis, aplicar na pele massageando de forma suave até três vezes ao dia;
Extrato Fluido: 20 % em cremes, pomadas ou géis, aplicar na pele massageando de forma suave até três vezes ao dia;
Extrato Glicólico: 10 % em cremes, pomadas ou géis, aplicar na pele massageando de forma suave até três vezes ao dia;
Uso interno:
– TM: 5 gotas quatro vezes ao dia. Pode ser dispensado na forma de gotas, glóbulos, tabletes ou comprimidos.
Referências Bibliográficas
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira . Brasília: Anvisa, 2011.
ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. Isis Ediciones.1998 (obra que cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações Farmacológicas).
BRASIL. Farmacopeia Homeopática Brasileira. 3. ed., Brasília, DF: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2011.
CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 5ª ed. 2010.
OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. 1996.
PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ªed. 1998.
SCHAWENBERG, P.; PARIS, F. Guia de las Plantas Medicinales. Omega. 1980
SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos. Livraria Editora. 2000.